As apostas nas lojas do Google e Apple voltaram ao centro do debate no Brasil. A possibilidade de disponibilizar aplicativos de casas de apostas esportivas em plataformas como a Play Store e a App Store é vista como um passo importante para combater o mercado clandestino que domina o setor.
Empresas autorizadas e representantes do governo defendem a liberação como uma medida essencial para garantir mais segurança e controle aos usuários.
Atualmente, muitas das plataformas operam fora das regras estabelecidas pela legislação brasileira, o que tem gerado preocupação entre autoridades e especialistas.
Ao restringir o acesso aos apps oficiais nas lojas mais populares, os consumidores acabam recorrendo a sites duvidosos, ou até baixando arquivos diretamente da internet, sem qualquer garantia de segurança.
Por que liberar os apps de apostas nas lojas do Google e Apple?
Deixar os aplicativos acessíveis nas plataformas mais conhecidas facilitaria a identificação de empresas regularizadas.
A ideia defendida por representantes do setor é que os aplicativos incluam informações claras sobre licenças, domínios autorizados e ferramentas de proteção ao usuário.
Dessa forma, as pessoas poderiam distinguir, com mais facilidade, quais plataformas estão em conformidade com a nova legislação.
Essa medida também seria estratégica no combate ao mercado ilegal. Segundo estimativas, uma parcela significativa das apostas no Brasil ainda é feita por meio de canais não autorizados.
A presença de aplicativos verificados nas lojas oficiais ajudaria a direcionar os apostadores para plataformas seguras, reduzindo o espaço para fraudes e estimulando a formalização do setor.
Além disso, a liberação das apostas nas lojas do Google e Apple contribuiria diretamente para o crescimento da arrecadação, uma vez que o uso de plataformas legais gera pagamento de impostos e fortalece os mecanismos de fiscalização.
O impasse com as big techs
Apesar da pressão crescente por parte do setor e do próprio governo, Google e Apple ainda não liberaram totalmente os aplicativos de apostas esportivas em seus ambientes virtuais.
Atualmente, apenas serviços muito específicos, como loterias estatais ou apostas em corridas de cavalos, têm autorização oficial.
A principal preocupação das empresas é a imagem pública. Há receio de que a liberação ampla dos aplicativos possa ser interpretada como incentivo ao jogo, sobretudo diante do crescimento do número de usuários e da preocupação com o vício em apostas online.
No entanto, representantes de associações ligadas ao setor afirmam que a presença dos apps nas lojas tornaria mais fácil o controle do que está sendo oferecido ao público.
Ao permitir apenas aplicativos vinculados a empresas licenciadas, as apostas nas lojas do Google e Apple poderiam servir como uma barreira ao avanço do mercado clandestino.
Enquanto o impasse continua, cresce o número de vozes que enxergam essa liberação como o próximo passo natural para um setor que já movimenta bilhões de reais no país, e que precisa ser regulado com responsabilidade.
