
A discussão sobre o uso responsável de recursos oriundos das loterias e Bets ganhou força nesta quarta-feira (11), durante audiência pública na Comissão do Esporte da Câmara dos Deputados.
O presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Marco La Porta, reforçou a importância da profissionalização da gestão esportiva como caminho para fortalecer o setor, evitar escândalos de corrupção e atrair mais investimentos privados.
La Porta destacou os resultados das ações de capacitação obrigatória que passaram a ser exigidas pelas entidades em 2024. Segundo ele, os cursos têm melhorado a qualificação de gestores e promovido maior eficiência na administração dos recursos.
Mesmo com um déficit de R$ 78 milhões em 2024, o COB conseguiu reduzir o prejuízo para R$ 4 milhões até março deste ano, algo que ele considera reflexo direto dessa nova política.
Recursos das loterias e Bets ainda aguardam regulamentação
Um dos pontos centrais da audiência foi o destino dos valores repassados pelas loterias e Bets ao Comitê Olímpico do Brasil.
La Porta informou que a entidade recebeu aproximadamente R$ 20 milhões oriundos das apostas esportivas, mas que o montante ainda não foi aplicado. O motivo? Falta de regulamentação clara.
Segundo o presidente do COB, embora o repasse já esteja garantido, a ausência de diretrizes sobre como usar esse dinheiro de maneira segura e legal tem impedido o investimento imediato.
A expectativa é que novas normas sejam publicadas nos próximos meses para que os recursos finalmente possam ser revertidos em benefício do esporte olímpico nacional.
Transparência, descentralização e critério técnico
Durante a audiência, La Porta também enfatizou a necessidade de manter altos padrões de transparência no uso dos recursos públicos e privados.
O COB tem adotado critérios rigorosos na distribuição das verbas para as confederações esportivas, considerando aspectos como resultados nas competições, regularidade na responsabilidade e critério técnico.

A importância de olhar para o futuro
A fala do presidente do COB surge em um momento em que o Brasil discute, mais do que nunca, a regulamentação do setor de apostas.
O mercado das loterias e Bets movimenta cifras bilionárias, e parte dessa arrecadação pode, e deve, ser redirecionada para apoiar o esporte de base, as confederações e os atletas de alto rendimento.
Com uma legislação clara e eficiente, o impacto positivo das apostas esportivas pode ir muito além das cifras: pode se transformar em medalhas, oportunidades e inclusão social.
Marco La Porta defende uso transparente dos recursos das loterias e Bets no esporte e cobra regulamentação urgente.